Crise mundial, F1, imóveis e Brasil

O governo alega que o Brasil possui um forte escurdo contra a crise mundial. Será?

Bom, é fato que o Brasil sente muito menos a crise, mas daí a dizer que não está sendo afetado…

A falta de crédito já causa efeitos no setor automobilístico e imobiliário.

Enquanto a Europa chora a crise, cancelando GPs de Fórmula 1 e tudo o mais, por que então o Brasil não dá como prova de sua forte economia protegida, mais um GP para o Brasil? Seria impressionante um GP em Interlagos e outro em Jacarepaguá.

Mas calma, vamos deixar de sonhar.

A F1 vai ficar muito sem graça com essa crise. Menos GPs, menos equipes, menos pilotos, e para 2010, motores iguais, em uma categoria onde os mais fortes investidores são fabricantes automotivos que usam o esporte para se promover.

Grandes nomes da atualidade, como Luca di Grassi, Bruno Senna, Barrichello e Takuma Sato podem ficar apenas na esperança de um dia ingressar ou voltar.

A crise que nasceu de uma especulação retardada, também sofre com especulações retardadas. Como pode uma equipe como a Honda, sair de uma categoria dessa, ao primeiro espirro de uma crise mundial? Já se especula sobre a própria crise, que pode… não durar quase nada.

Veja o quanto os estadounidenses investiram nos últimos anos para modificar seus projetos de veículos, por causa de ambiente, gasolina, petróleo a 150 dólares… quando em menos de três meses o petróleo está a menos de 50 dólares o barril.

Leva-se ao menos três anos para projetar um carro. Mal começaram a gastar com projetos e em três meses o petróleo, principal motivação das mudanças de planos, caiu para um patamar a muitos anos não visto.

Quero ver quando a especulação vai trabalhar contra a alta ridícula dos imóveis em Florianópolis.

Esses dias recebi por e-mail um anúncio de um imóvel em Florianópolis, apartamento de 2 quartos, e o texto dizia: “atende tanto para moradia quanto para investimento”. O cara que escreveu, acho que serve tanto como corretor quanto para um secretário de pequenos textos do dia a dia. Nada. Afinal, se um imóvel não serve para moradia, não serve nem para investimento. Mas pelo jeito estamos quase chegando lá. Do jeito colocado, parece que o apartamento é um mero papel, uma cota em ações, cuja razão de existir está simplesmente no investimento especulativo. E se o objetivo é apenas moradia, as contas provam que em Florianópolis alguem é muito mais negócio.

Aprendam com os Estados Unidos. Lá até os desastres são maiores.