No dia último dia 24, faleceu um grande homem. Hiroshi Ishikawa, mais conhecido por muitos como Luís, seu nome/apelido brasileiro.
Era o irmão mais velho do meu pai, e estava para completar 74 anos.
Tirando pelos meus tios que faleceram ainda bebês, Shogi e Takemi, meu tio Luís foi o único dos homens que faleceu.
A idade chega para todos, isso é fato. Não adianta nem tentar parar o tempo, nem choramingar pelas rugas ou problemas da idade.
Meu tio sempre foi um bom exemplo de pessoa. Foi um homem muito importante para o meu pai, já que tinham uma boa diferença de idade, cerca de 17 anos. E para mim também, como meu avô paterno faleceu quando eu tinha dois anos, meu tio Luís era de certa forma como um avô para mim.
Ele era pessoa muito trabalhadora. Sempre trabalhou. Ainda este ano estava trabalhando.
Pelo que sei, além de trabalhar no interior, quando a família morava em Getulina, na capital abriu uma quitanda. Depois se desfez da quitanda e foi trabalhar com meu tio Akira, fazendo aquários. Ele tinha um grande talento para trabalhos manuais. Bastante habilidade. Já vi ele fazendo os cortes nos vidros, e era algo que exigia muita precisão.
Não pude estar em seu enterro, na verdade, também não gosto de enterros. Não houve uma despedida, mas na minha memória ele sempre ficará como um tio muito bondoso, que gostava muito de crianças, de fazer brinquedos para as crianças, e um tio muito preocupado com todos os seus sobrinhos.
Vai ser estranho agora chegar na casa dele sem ele por lá. Ainda não caiu bem a ficha. Há muita coisa bem característica dele que nunca haverá como esquecer. Apenas coisas boas, ou pequenos detalhes bobos, como a voz, o jeito dele chamar a minha irmã, de Parominha, ou até mesmo seu Fusca 1961, verdinho, impecável, e que ele usava até hoje para pequenas distâncias como ia ao trabalho ou mercado.
É um tio que eu sempre amei muito, e mais uma vez digo, foi um exemplo de pessoa. Onde estiver, certamente está bem.
Fique com Deus, tio.